domingo, 25 de novembro de 2007

Ze Cid, nu e cru.

Gostava que alguém me explicasse uma situação. O Zé Cid tem um ar completamente heterossexual e saudável, é fofo até, tem ar de quem estala os dedos e tem logo 50 seres do sexo feminino a levar as mãos à cabeça em guinchos estridentes, com a cara "escolhe-me a mim para dormir contigo hoje."
Tem músicas onde dá a entender ser um romântico, ombreando lado a lado com o grande Tony Carreira que é menos viril mas mais sedutor, menos bruto mas mais amável, sem peruca mas a ficar sem cabelo.
Então, Zé, a minha dúvida é esta: por alma de quem é que tiras fotos semi-nu e escreves letras como este excerto do teu famoso "Pouco a Pouco (Favas com Chouriço) ":

"Chego à repartição
Dou um beijo no escrivão
E nem toco a secretária
Que é tão boa!"

Portanto, tu, Zé, achas normal um homem beijar O escrivão (masculino, sem dúvida) e repelir com pudor A secretária (feminina e boa, dizes tu)?

Por outro lado, temos num outro hit uma faceta mais heterossexual, condigna com o que toda a gente pensa de Zé Cid, mas que não ofusca a passagem anterior. Ele canta:

"Vou encontrar outra mulher,
Que me ame a valer,
Para ser feliz, mais feliz."

Zé, tu ja tiveste uma mulher, é isso? Quer dizer, se vais encontrar outra mulher...uma pelo menos tu já terás tido. Já não já?
Então porquê beijar o escrivão? Porquê uma foto como a que tiraste que a atrair público, dúvido que seja feminino?

Como é que tu, Zé, consegues dizer : "«O meu muito mau é, de qualquer forma, melhor do que o óptimo do Tony Carreira.»"?
Zé, o Tony é coerente. Ele enche o Olympia em Paris, ele enche o Pavilhão Atlântico e enche corações. Repete-se 500 vezes por música? Sim, repete. As palavras "sonhador" e "vagabundo" aparecem em todas músicas como se nunca as tivesse usado? Sim, aparecem. Mas é coerente. Nunca vai numa música apregoar a homossexualidade para no tema seguinte dizer que ama mulheres.

Olhando para a foto referida em cima em que os únicos adereços em uso são uns óculos de sol, uma peruca e um vinil, o que apetece dizer é "ei, que macaco". E depois é só continuar e "como o macaco gosta de bananas..", ligando os raciocínios podemos chegar à conclusão fácil e assustadora, que tu, Zé, gostas de bananas. Não quero alongar muito mais, mas isto parece-me um 2-1 claro para a homossexualidade. Pessoalmente, não me ficava, mas tu meteste "um cacho debaixo da cama e comi comi."

P