sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Phone-ix

Pessoalmente acho que o senhor que inventou este trocadilho merece 3 vénias.
Tá tudo muito bem feito, desde o trocadilho à publicidade da TV e aos cartazes...mas mesmo assim mudava ali uma coisa: o cartaz da Vanessa Fernandes, a acontecer, não pode ser assim. Acredito que qualquer português, apesar de todo o mérito devido à atleta, quando olha para aquele cartaz com a imagem da Vanessa Fernandes e a letras pequenas "Fale a 4 cêntimos de por cada 30 segundos" não vai pensar "Ena...Phone-ix...granda tarifário.." mas sim "Ena...Fonix...a Vanessa Fernandes de frente..".
A minha ideia seria portanto a mesma Vanessa Fernandes como protagonista, sofrendo uma rotação lateral de 45º, tendo um espelho à frente, e com os olhos postos no espelho iria dizer (pelo balão) algo como.."Fonix!". Na mesma publicidade, agora publicitando o tarifário, o texto poderia ser algo como: "Nem tudo é mau Vanessa. Agora tens a Phone-ix..fala a 4 cêntimos por cada 30 segundos."

Já agora, para término, se tiverem a ideia de vídeo conferência entre Phone-ix, por favor, não metam um cartaz com o Nélson Évora a falar com a Vanessa Fernandes. Se o fizerem, espera-se que desta vez saia uma coisa sem falhas, um cartaz a sério, onde se veria por exemplo que Nélson Évora estaria a ver Vanessa Fernandes, e o balão de sempre a sair da boca de Nélson Évora, mas desta feita diria "Fonix..". Depois, no mesmo cartaz publicitando o tarifário: "Nem tudo é mau Nelson. Tens mais pessoas para ver com a Phone-ix...fala a X cêntimos por cada 30 segundos".

P

domingo, 25 de novembro de 2007

Ze Cid, nu e cru.

Gostava que alguém me explicasse uma situação. O Zé Cid tem um ar completamente heterossexual e saudável, é fofo até, tem ar de quem estala os dedos e tem logo 50 seres do sexo feminino a levar as mãos à cabeça em guinchos estridentes, com a cara "escolhe-me a mim para dormir contigo hoje."
Tem músicas onde dá a entender ser um romântico, ombreando lado a lado com o grande Tony Carreira que é menos viril mas mais sedutor, menos bruto mas mais amável, sem peruca mas a ficar sem cabelo.
Então, Zé, a minha dúvida é esta: por alma de quem é que tiras fotos semi-nu e escreves letras como este excerto do teu famoso "Pouco a Pouco (Favas com Chouriço) ":

"Chego à repartição
Dou um beijo no escrivão
E nem toco a secretária
Que é tão boa!"

Portanto, tu, Zé, achas normal um homem beijar O escrivão (masculino, sem dúvida) e repelir com pudor A secretária (feminina e boa, dizes tu)?

Por outro lado, temos num outro hit uma faceta mais heterossexual, condigna com o que toda a gente pensa de Zé Cid, mas que não ofusca a passagem anterior. Ele canta:

"Vou encontrar outra mulher,
Que me ame a valer,
Para ser feliz, mais feliz."

Zé, tu ja tiveste uma mulher, é isso? Quer dizer, se vais encontrar outra mulher...uma pelo menos tu já terás tido. Já não já?
Então porquê beijar o escrivão? Porquê uma foto como a que tiraste que a atrair público, dúvido que seja feminino?

Como é que tu, Zé, consegues dizer : "«O meu muito mau é, de qualquer forma, melhor do que o óptimo do Tony Carreira.»"?
Zé, o Tony é coerente. Ele enche o Olympia em Paris, ele enche o Pavilhão Atlântico e enche corações. Repete-se 500 vezes por música? Sim, repete. As palavras "sonhador" e "vagabundo" aparecem em todas músicas como se nunca as tivesse usado? Sim, aparecem. Mas é coerente. Nunca vai numa música apregoar a homossexualidade para no tema seguinte dizer que ama mulheres.

Olhando para a foto referida em cima em que os únicos adereços em uso são uns óculos de sol, uma peruca e um vinil, o que apetece dizer é "ei, que macaco". E depois é só continuar e "como o macaco gosta de bananas..", ligando os raciocínios podemos chegar à conclusão fácil e assustadora, que tu, Zé, gostas de bananas. Não quero alongar muito mais, mas isto parece-me um 2-1 claro para a homossexualidade. Pessoalmente, não me ficava, mas tu meteste "um cacho debaixo da cama e comi comi."

P

domingo, 9 de setembro de 2007

Franguinhos

Nunca quis entrar pelo campo futebolístico nem demonstrar as minhas convicções clubísticas. Vou então continuar pelo mesmo perímetro de pensamento e desancar o guarda-redes do clube de todos nós.

Ricardo: «Se estivesse quieto a bola não entrava.»

Pela 4ª vez na sua carreira (contrastando com as opostas 13434315315 vezes) o Ricardo vai ter palmas da minha pessoa, o que é sempre bónus. Teve-as no Portugal vs Inglaterra no Euro 2004, teve no Mundial 2006 de novo no Portugal vs Inglaterra, teve no Benfica vs Sporting em que diz ter sido abalroado em pleno voo - ninguém mandou o São Pedro enviar rajadas de vento tão fortes para as bandas do Estádio da Luz - e tem agora pela 4ª vez, por ter chegado a uma conclusão brilhante que lhe podia ter sido útil logo no inicio da carreira - devia estar quieto.
Se o Ricardo estivesse quieto, a bola não tinha entrado ontem tal como em muitas outras ocasiões. Se o Ricardo estivesse quieto a jogar a ponta de lança como o fez até à idade de júnior, andaria por estas alturas a marcar golos nas distritais e o guarda-redes do clube de todos nós seria alguém que depois do jogo de ontem em vez de dizer que devia ter estado quieto diria que devia usar as mãos em vez das costas para safar a baliza, e que quando a bola vem de frente não se deve fechar os olhos, tentar cabecear e marcar com o ombro (e meu Deus, o Nuno Gomes ia adorar saber marcar golos assim) :

Pessoalmente, acho que o Ricardo tem faro de golo. Ontem marcou com as costas, já o vimos marcar com o ombro, já marcou com os pés nas outras balizas e penso que muito mais está para vir.
Não quero ser injusto com o profissional Ricardo e também não quero "bater no Ricardo sem nexo" , mas sejamos racionais: se o guarda-redes da selecção é alguém que tem que estar quieto para não sofrer golo, eu candidato-me. Eu posso ser o guarda-redes que Portugal precisa e juro que não marco auto-golos, não ligo para a Sporttv a chorar e não faço anúncios a frangos:


Ricardo: «É como o Mister diz, se tiver que levar com um frango, que seja um frango de 1ª.»

Caro Ricardo, boas notícias, se há coisas com qualidade no futebol, os teus frangos são uma delas.
Esses, meu amigo, tu agarras bem. Com as 2 mãos, costas, ombros, pernas, pés e com a boca...toda a gente gosta de uma boa coxinha de frango (e no teu caso, acho que também gostas de coxinhas com bola):


Ricardo: «É mesmo assim, quando um frango é bom, o melhor é relaxar e apreciá-lo.»

A linha de pensamento do Ricardo é portanto esta...viu tanta gente sentada, relaxada a assistir a um jogo de futebol que teve que ser, deu um frango. E, meus amigos, o Ricardo é o Jesus Cristo do futebol. Ele multiplica comida.
Ontem em vez de alimentar 3 ou 4 pessoas com um frango, alimentou 40 milhões de Polacos. Aposto que estes estão tão cheios que vão ficar sem comer até ao Europeu, onde a nossa selecção, cheia de jogadores que deviam estar quietos, irá estar num banquete a assistir ao futebol pela televisão. Quietos e a comer frangos, como o Ricardo gosta. Daqueles a sério.

P

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Bananadas

Depois de 5028 dias, 23 horas e uns segundos sem escrever nada de jeito (o que dá quase 14 anos, portanto a última coisa decente que escrevi foi algures na escola primária), voltei.

O motivo desta súbita inspiração para mais umas linhas de puro cócó foi uma ida ao Algarve, que para mim é sem dúvida a zona mais desenvolvida do país, onde toda a gente tem uma cultura assinalável. Ia na rua quando um vendedor (vulgo marroquino) saca de 1 t'shirt dum saco e num momento brilhante de inglês diz " Very cheap, last ten". Não fiz ali uma vénia porque falo mais qualquer coisa que ele e tava a usar roupa de ir á madrinha...! Não, foi só mesmo porque falo mais que ele. Imaginei por momentos como seria um Indiano que vende flores (vulgo qué frô?) a tentar impingi-las ali... puxaria de toda a sua classe e diria concerteza "Wanna flo? " se bem que um "Flow?" também não me parece descabido.
Noutra situação, estava a ver uma ementa dum restaurante na porta do mesmo, quando me deparo com a seguinte tradução:
Espadarte com banana / Swordfish with banane. (deve-se ler algo como baneine)
Não quero entrar por grandes divagações mas a ideia de ver o grande Zézé como tradutor de ementas do dito restaurante parece-me apropriada.
Reparei também que um prato de cataplana, talvez de marisco, tinha a palavra cataplana traduzida para..cataplana. Eu julgo conhecer qualquer coisa da gastronomia portuguesa, e já para mim é sempre um esforço de memória saber o que é o raio da cataplana. Mas pronto, há que ver o lado positivo das coisas e neste caso não caíram na tentação de traduzir cataplana em cataplaine. É sempre bom os ingleses irem ao restaurante e ficarem a saber que cataplana em terras da sua majestade é nada mais nada menos que cataplana.

Para terminar quero deixar uma palavra de apreço a todos os senhores que por esse Portugal, quais Tarzans, usam cuecas de banho na praia : Força. O Zé Cid tirou uma foto nu com um vinyl a tapar partes intimas e toda a gente sabe que um bom par de cuecas é superior a uma boa música. E o Zé Cid é o Zé Cid.

P

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Adultos à força

Que situação vem a ser esta, desvendada pelo culto do M num programa de TV:
O médico mais novo do mundo tirou o curso aos 13 anos.

"Balamurali Ambati, M.D. (born July 29, 1977) was the youngest ever person, according to Guinness Book of Records, to become a doctor.

Ambati graduated from New York University at the age of 13 and Mount Sinai School of Medicine at age 17."

Ora este jovem indiano aos 13 anos já fazia operações e afins o que não é nada mau para se começar a juntar uns cobres. Imagino como seriam esses momentos com este senhor (ups, criança) , e como faria ele para se abstrair nessas alturas importantes do seu universo normal de adulto (ups, criança) de 13 anos.
Estamos no Hospital, tudo à volta do corpo e começa a lenga lenga:

Dr.Balamurali "Pinça."
Enfermeira:"Tome."
Dr.Balamurali:"Tá a perder batimento, preparar desfribilhador."
Enfermeira: "Pronto, força."

BZZZZZZZ

Dr.Balamurali: "Ta óptimo. Catéter."
Enfermeira:"Tome."

Dr.Balamurali:"Noddy."
Enfermeira: "Desculpe doutor mas o meu filho viu-o na sua secretária e levou-o para casa."

Dr.Balamurali: "Entao diga-lhe que está despedido."
Enfermeira: "Desculpe doutor mas não pode despedir o meu filho, ele é o Director do Hospital."
Dr.Balamurali:"Ah, esqueço-me sempre."

O tipo de vocabulário deste ser cerebral devia ser na altura de um porte impensável para a sua idade, com diálogos que ganhavam de certeza uma dimensão sobrenatural. Vou tentar simular o diálogo entre o nosso Balamurali de 13 anos de idade e um possível amigo de nome Kanishka, criança de 14 anos.

Kanishka: "Calça lá as sapatilhas e anda embora, tá toda a gente à espera para começar o jogo e tu aqui a preparar o lanche."
Balamurali: "Irei necessitar que aguardem um pouco pela minha presença pois estou neste momento a deglutir um pouco de pão levedado de modo a que possa exercer todo o esforço físico necessário a uma boa perfomance na arena de jogo sem sofrer uma síncope na prática do Desporto Rei."
Kanishka: "Granda anormal que tu me saiste. Por falar em anormalidade, tenho aqui um rim a doer-me , se calhar no fim do jogo ias comigo ao Hospital e fazias-me um transplante que isto são umas dores que não aguento."
Balamurali: "O que é que me dás?"
Kanishka: "Eu?Dar? Fazes isso e é se não queres que te despeça. Afinal de contas o Director do Hospital ainda sou eu."
Balamurali: "Ah, esqueço-me sempre. Vamos lá então brincar ao futebol e meter cuecas de sola."


Para terminar queria falar aqui um pouco do acima referido Noddy.
"Noddy is a little wooden boy who lives in his own little House-for-One in Toyland. Noddy got his name because his head is on a spring and when he gets excited his head just can't stop nodding!"

Ora, o Noddy é uma criança não é?
Os desenhos do Noddy e as suas aventuras são para educar as crianças não são?
O Noddy é um exemplo para as crianças não é?

Então eu gostava de saber em que raio de país é que uma criança se pode chamar Noddy, morar sozinha numa casa para uma pessoa (já agora, como é que se arranja uma dessas? também gostava de ter uma.) sem ir parar a um lar e ter a segurança social à perna, guiar um carro (claramente sem idade) sendo que é taxista e amigo de um polícia que prende goblins maus por fazerem brincadeiras e deixa andar ali a criança orfã de carro, sem idade para conduzir e sem qualquer espécie de carta (guiando pessoas de bem como é o caso da própria Boneca Dina ou mesmo da Macaca Marta). Admito que bem disfarçado o Noddy podia passar por mais velho (o lacito ia ter que sair ia...), mas ele não quer e parece que gosta de dar nas vistas. O que é que ele faz além de guiar o carro numa óbvia infracção às leis? Fala com ele. Isto sim, uma atitude perfeitamente normal por parte do adulto Noddy. Ah, e o carro responde-lhe. Em buzinadelas.
Como se isto não bastasse, o Noddy consegue ainda usar um guizo no gorro.

Então a mensagem que o Noddy passa aos mais pequenos é:

-Fujam de casa que podem morar sozinhos e ainda guiar um carro.
-Falem com o vosso carro que ele apita-vos. Bem treinado e conseguem ser uma espécie de Michael Knight e Kit.
-É perfeitamente normal usar um guizo no dia a dia como se fossem animais.
-Podem vestir pijama à noite, mas também têm que ter o gorro com o guizo a combinar com o primeiro, para o carro saber quando mudam a face em contacto com a almofada e buzinar de felicidade, tal como a situação exige.
-Se forem amigos de um polícia podem fazer o que quiserem com um carro que quem vai preso são os 2 amigos feios do lado que roubaram um bolo de bacalhau do café do Tio João.

PS: Já viram as bochechas do Noddy? Não quero levantar falsas suspeitas mas acho que ninguém lhe diz em nenhum episódio "Noddy és podre de bom. ", de modo a que ele fique com as bochechas rosadinhas, cheio de vergonha.
As bochechas do Vilarinho eram bem mais normais. Penalty para a mesa do Noddy faxabor! Ele paga com guizos.

P

terça-feira, 22 de maio de 2007

Infantilidades. Porque sim.

Ouvi uma expressão que me fez voltar ao passado, ficar nostálgico e rir. Além de pensar "que coisa parva.". A expressão em causa é um clássico de qualquer infância : "Epa..que cheiro a pum.". Dou-vos um tempinho para rirem, sentirem saudades e ainda se quiserem darem vocês mesmos um pum. A primeira pergunta que me ocorreu na altura foi: quem é o génio infantil que chama de pum a alguma coisa? E pior ainda, como é que pode pegar moda e toda a gente chamar pum ao acontecimento relatado no dicionário como "ventosidade sonora expelida pelo ânus."? E também, como é que alguém que já ultrapassou a adolescência consegue dizer "Epa..que cheiro a pum." em publico, verdadeiramente inocente, só para se queixar do cheiro que estava a acontecer?
Vou aproveitar a embalagem e continuar num mergulho ao passado, com mais expressões incríveis e que ninguém se deu ao trabalho de analisar depois de crescer. Falando na próxima escolha, quem não se lembra de insultar e depois levar em jeito de resposta um efusivo "Quem diz é que é, lava a cara com chulé.". Esta tem muito que se lhe diga. Indo por partes, a primeira metade "Quem diz é que é" é sem dúvida uma forma de asteriscar. Infantil? Sim. Mas pelos vistos funcionava. Em vez de dizermos algo pelos outros, o que eles diziam virava-se contra eles. Espécie de feitiço virado contra o feiticeiro. Muita magia naquela idade.

Manel: "Riscaste-me o bibe. És estúpido."
Joãozinho: "Quem diz é que é."

Ora Joãozinho não nega ter riscado o bibe, mas no fim de contas o estúpido é o Manel. Quer dizer, o Manel fica com o bibe riscado e com a estupidez. E o Joãozinho? Fica tranquilo. E com o ego saciado porque quis riscar o bibe do Manel. E riscou mesmo. Querer é poder.
Como se não bastasse toda esta situação, ainda há a punição. Ficam com o próprio insulto e ainda têm que lavar a cara com chulé, o que além de ser uma tarefa difícil (sendo chulé o cheiro proveniente dos pés, lavar a cara com o mesmo soa a esquisito) para não dizer impossível, se pode imaginar que seja algo custosa.
Outra frase bastante curiosa era a resposta a um simples pedido de horas.

Pedrinho: "Que horas são?"
Marcos: "Horas de comer pão."

Ora bem, cada vez que alguém se esquecia do relógio nem podia perguntar as horas, porque aí a porca torcia o rabo e ele tinha que ir emborcar pão. Depois queixavam-se que havia meninos gordinhos e culpavam os hamburguers. Nada disso, a culpa da obesidade infantil é dos relógios, ou da falta deles. E nem eram os professores a castigar por se querer ir ao intervalo, eram os malvados dos colegas que queriam castigar quem acordou tarde e não pegou no malfadado relógio.
Mais uma pérola: "Enganei-te, enganei-te, com uma pinga de leite.". Esta era bastante usada aquando de uma mentira bem aplicada, mas eu pergunto-me: Porquê leite? Uma pinga só? Quem conseguir relacionar leite com engano/mentira por favor comente. Aceito teorias.
Mais uma idiotice: "Olha os namorados, primos e casados, foram à igreja beber uma cerveja". Namorados? Ok. Mas primos e casados? Não quero entrar por linhas muito conturbadas mas cheira-me a incesto. Quanto à da cerveja na igreja, acho que é para encher chouriço. Ninguém bebe cervejas na igreja.
Na onda do insulto temos a melodiosa:

Joãozinho: "Vítor caganita, bacalhau sardinha frita."

Sem dúvida uma lengalenga agradável ao ouvido e que fica na retina. Um insulto educado, dado que se adjectiva a pessoa alvo com pratos de comida temidos por todas as crianças (e não só). Toma lá Vítor que já almoçaste.
Para terminar deixo uma expressão usada em jeito de espanto/revolta, quando era pedido algo que roçava o limite da impossibilidade: "Querias, batatinhas com enguias, eu cagav* e tu comias.". E esta não vou comentar. De certeza absoluta que ninguém consegue defecar batatas com enguias.

P

terça-feira, 8 de maio de 2007

Tributos e outros

Quero prestar aqui uma homenagem a um mecânico (anónimo, claro) que vou tratar por Senhor Saragoça e que compôs o meu bólide no dia de hoje. Para terem noção da grandiosidade do Senhor Saragoça, o que sucedeu foi o seguinte:
O carro, por mania de certeza, decidiu que o motor era um assador de sardinhas e que tinha que aquecer até ao máximo para o seu fiel dono, eu, quando chegasse a casa tivesse sitio para assar as próprias sardinhas. Mas com pena minha, ele não sabia que eu não sou fã de sardinhas e portanto, tive que retirar o grelhador do motor. Fui com 1 amigo, o R, à garagem do Senhor Saragoça, e o que se passou foi isto, sem tirar nem pôr:

P: "Bom dia, o meu bólide está com um problema, o motor aquece muito. Já vi a agua e o óleo e está tudo normal."
Senhor Saragoça: "Hmm..isto hoje está muito cheio, terá que passar outro dia com ele."
P: "Ah." (com entoação)
R: "*Bah, mas que nabo, aposto que não sabes compor o carro."
(Obrigado por este asterisco R , foi o ponto de viragem da situação possibilitando o arranjo do carro. Beliscaste-lhe o orgulho.)

SS: "O quê?? Não sei? Mas que carro é ?"
P: "É um XPTO."
SS: "Um XPTO de 98 ?"
P: "Sim."

E aqui pára tudo. Mas o que é isto? Eu digo a marca do carro e ele saca o ano de fabrico?? Eu nem tentei, mas acho que se lhe dissesse a cor da pintura ele me dava a marca do rádio e o tamanho da antena em milímetros. Meus amigos e outros, eu senti logo ali que aquele senhor estava para os carros como os provadores de vinho estão para os vinhos. Em vez de cheirar o vinhinho e "Hmmm isto é um Bridão, Reserva de 2001, 7,5€ " com um fato de jogar snooker vestido, está de fato macaco (azul escuro, pois claro), com as mãos cheias de óleo e diz "Hmmm XPTO de 98, problema no termostato , 75€ ".
Continuando, depois daquele momento senti que era ali que tinha que deixar o meu bólide, e assim foi. Ao chegar a casa bem descansado é que me lembrei de uma situação e pensei para mim "Está aqui um berbicacho." . O carro tem um problema com o fecho centralizado, que impossibilita que o carro abra na porta do condutor. Se se for teimoso e se quiser abrir à força ele come a chave. Sim, a chave fica retida. Ora bem, eu não faço mais nada, ligo para o Senhor Saragoça com medo de ficar sem chave do carro.

P: "Xôr Saragoça, granda maluco, então tá tudo? Olha o fecho centralizado está com um probleminha, acho que é de origem do carro já. Ao abrir a porta, abra do lado do passageiro se não fica sem chave."
SS: "Sim, já tinha visto isso, falta ali uma pecinha. Hoje se tiver tempo ainda lha ponho e fica a funcionar."

Quer dizer, eu falo-lhe de um problema e ele afinal já o sabe? Mas de quem é o carro? Meu ou dele? É meu, mas o Senhor Saragoça demonstra mais uma vez a enorme classe que tem, tal como o provador de vinho que cheira mais uma vez o mesmo vinho e diz "Haha, afinal é Bridão de 2000 e está em promoção no Continente de Carcavelos, 10€ 2 garrafas.", ele liga e diz "Haha, afinal não é só o termostato, tem o fecho centralizado estragado e se compuser os 2 faço-lhe um desconto.". Admito que me senti tentado depois de desligar, a fazer estas chamadas em modo sucessivo:

P: "Olha não sei se reparaste mas o carro tem o para choques de trás um pouco amolgado."
P: "Hmm a luz para se ver os controlos para o aquecimento do carro, como deves ter reparado perfeitamente dado que está de dia e de certeza que foi preciso ligar as luzes do carro, não dão. Estão assim fundidinhas..."
P: "Hmm olhe agora estamos na queima e não sei se viu mas os tapetes do carro têm um bocado de terra e pó. Se calhar não te vais sentar no carro assim porque sujas a sola dos sapatos. Agora que falo nisso, os bancos não estão nada limpos também. "

Não fiz nada disto porque tinha sono, mas acredito que ele tivesse resolvido todos os problemas. Ou se calhar não.
De notar em todo o processo a relação cordial criada entre cliente e empregado, em que eu, P, cliente, tratei o Senhor Saragoça por tu e ele sempre me tratou a mim, P, cliente, por você. E agora dizem-me "Ah mas não devia ser assim, tu és mais novo P. Tu é que devias ter tratado o Senhor Saragoça por você porque ele é mais velho." e eu respondo "Mas alguém aqui deu idades para saberem quem é mais velho ou deixa de ser?"
Mas sim, têm razão, ele é mesmo mais velho. Mas quem usou calças ali meus amigos, fui eu. Ele estava de suspensórios e fato macaco.

P

quinta-feira, 3 de maio de 2007

A Arte de Asteriscar

Como prometido num post anterior (são muitos, não sei mesmo em qual foi) vou hoje proceder à explicação completa do asterisco (*) .
Como toda a gente que usa chats e não só deve saber, o asterisco é usado para corrigir algo dito anteriormente, devolvendo a verdade à questão. Ora bem, o asterisco aqui em causa é um 'asterisco do futuro', algo mais à frente. Indo por passos: tive acesso a uma conversa entre Zé e Joana (nomes fictícios, como sempre) onde Zé protagoniza um uso de asterisco primário perfeito.

Zé diz: epa granda blogue aquele Festa do Pijama.
Xuaninhah diz: kal? num cunhexuh exeh!
Zé diz: *A Festa do Pijama.
Xuaninhah diz: Ahhhh!axim falamux portuguex. Ja xei kualeh!

Ora bem, o Zé na ânsia de elogiar o blog escreveu mal o nome do mesmo, deixando a Joana à nora, mas, puxando dos galões asterisca a frase para corrigir o nome do blog , iluminando Joana que assim ficou a saber de que raio de Blog falava o Zé.
Este é o chamado 'asterisco clássico', que toda a gente usa frequentemente. Mas agora, que tal darmos uma de perfeição e de 'nunca me engano e raramente tenho dúvidas'? Vejamos:

João diz: até tou parva com isso!
Mariana diz: parva ? n sabia que eras rapariga LOL.

Agora surge a inteligência de João, másculo e sério, com um asterisco de se lhe tirar o chapéu, como se não se tivesse enganado.

João diz: *ate' tou parvo com isso!
João diz: Hm? tas-te a rir de quê Mariana?

João asteriscou o seu erro como se em vez de um teclado usasse borracha e lápis. O seu asterisco apagou o adjectivo feminino parva substituindo por parvo. Acham que a Mariana engole? Mas claro que sim. Tem que engolir. Asterisco é asterisco.

Joana diz: oi? tu disseste parva em cima a falar de ti.
João diz: Tas-te a passar não? não aprendas a ler que não é preciso. Olha ai o que disse:
João diz: João diz: *ate' tou parvo com isso!
João diz: Não vejo qualquer espécie de palavra feminina.

E pronto, João arruma a questão saindo por cima. O que fica para a posteridade é que o João disse que estava parvo , nunca ninguém vai falar de qualquer mudança de sexo da personagem em causa, ou pior, de um engano!!!

Para terminar , o mais poderoso manuseamento do asterisco: asteriscar os outros. Quantas vezes ouvem pessoas a mentir à vossa frente e não os desmascaram para não serem chamados chibos, porcos, falsos e outros?. Por exemplo, no Dragon Ball Z, Hércules congratula-se de ter vencido Cell: "EU VENCI O CELL.". Hmm pois, o Songohan envergonhou-se e não quis chegarlá e dizer "Não , eu é que lhe limpei o sebo.". Se o Songohan tivesse aqui vindo ler este post monstruosamente genial iria dizer : "Asterisco O Songohan venceu o Cell." adulterando o dito de Hércules. No instante imediato teria que dizer algo do género "Então Hércules, deixa estar, não preciso do reconhecimento público." como se não tivesse asteriscado. Quem usa o asterisco meus amigos, é como se não tivesse dito nada. Mas usa asterisco? Usa. E escreve alguma coisa? Não. O asterisco é uma arte fantasma! Adoptando agora o asterisco de outrem a um tempo mais nosso, poderá sair algo do género de:

Tesuda diz: Epa odeio-te, és mesmo anormal.
Z diz: *Epa adoro-te, és fenomenal.
Z diz: Oh então, não me elogies que eu fico sem jeito.

E voilá , Z brilha, asteristicamente falando. Tal e qual como dito em cima, ele asterisca e fala de seguida como se nunca o tivesse feito. Quem é que disse ao Z que ele era fenomenal e que o adorava? A Tesuda, claro! Podem adoptar os asteriscos para o quotidiano, para diálogos reais e não só virtuais. Penso que está a caminho uma nova vertente de asteriscos que são os 'asteriscos de movimento'. Posso dar um exemplo rápido: vão na rua, um amigo vosso (ok, um conhecido daqueles que rezam todos os dias para que tenha o mínimo deslize convosco para lhe sentirem a cara) acena-vos e vocês dizem "Asterisco" e fazem um pirete com a mão. Rapidamente vão a correr em direcção a ele, metem um ar de raiva e dizem "NÃO TE ADMITO!!" podendo finalmente bater-lhe, e com toda a razão.Ele fez um pirete com que direito?
Acham isto idiota? Não.
Que se lixe a bomba nuclear, os canhões e as pistolas de água...nós temos os asteriscos!

P

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Obrigado.

Queria agradecer o facto de ninguém se ter dado ao trabalho de comentar o 1º Post do Blog pois teria sido bastante duro para nós ler semelhantes textos. Eu sei que vocês o leram, releram, decoraram, leram de novo, ensaiaram (ouvi boatos de tentativas para o adaptar ao teatro, com nomes sonantes por trás de tamanha obra, mas ao que apurei nenhum actor conseguiu ter a espectacularidade do M ao erguer o punho e desistiram da recriação desse momento histórico) e mesmo assim aguentaram sem escrever um único comentário. Viriam criticar...claro! Dizer o quanto é atroz só termos escrito 1 texto em 2 dias e que estão sedentos por mais e mais da nossa parte. Ontem ia na rua e fui abordado pela Joana (nome fictício para não dar a verdadeira identidade da pessoa em causa). Estava num estado lastimável, tinha uma mala do 'Winni the Pooh', umas 'All Stars' com corações e a saia por cima das calças, enfim...uma miséria. Disse-me que não estava bem (eu percebi logo ao longe mal vi o 'Winni' na mala a tentar chegar ao mel), que teve espasmos, bateu 10 vezes com a cabeça no tecto (já agora, Joana, se estiveres a ler, os Jogos Olímpicos 2008 estão ai à porta e Portugal nunca foi bom em salto em altura. A China é um país acolhedor e acho que podias fazer a diferença. Vai-te a eles miúda) e ouviu o último CD de 'The Gift' de uma ponta à outra sem atirar qualquer espécie de objecto à aparelhagem. Veio-me responsabilizar por isto, principalmente pelo último. Claro que fiz o que qualquer homem faria, assumi toda a culpa no momento e confortei-a ali mesmo. Para terminar, só queria dizer a todas as 'Joanas' espalhadas por aí que nós temos mais que fazer que vir para aqui escrever coisas completamente sem sentido e inventar mentiras, só para dizer que isto está fofo e actualizadinho e que ninguém se suicida por nossa causa. Não vamos acabar com o blog porque sabemos que não iriam reagir bem e tememos pela vossa sanidade. Ah, e também porque nem 3 dias de existência tem. Para dizer a verdade, só nos interessa o último argumento.

Com carinho (especial para a Joana: larga os The Gift que qualquer dia tás a ouvir Zeca Pagodinho e depois é que ninguém te salva),

P.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

A Promessa

Como nota introdutória, apresentamos os 2 bloggers de serviço: P e M, giros, musculados, espadaúdos e tudo mais que se possa imaginar (e até que não..).

"Desde pequenino sempre me disseram:"P, o prometido é devido", regra essa que opto por zelar e posso adiantar desde já que em qualquer situação, guio a minha vida por ela (bem, pelo menos tem dias...). “

Temos vindo a negar o óbvio, fechar os olhos à verdade e fugir do nosso mais que provável destino (atenção, somos 2 seres com bastante testosterona e com os níveis de masculinidade num limite agradável): criar um blog onde a estupidez e a subtileza andam de mãos dadas e só não fogem para a Holanda a fim de dar o nó porque não querem admitir a fragilidade do nosso sistema político. Vocês neste momento estão a perguntar "Mas festa do pijama porquê?". Permitam desde já uma correcção da nossa parte: a partir de hoje, Pijama é escrito com maiúscula. Tal como a respectiva festa.
Relativamente à vossa pergunta, admitimos que tem alguma pertinência e que estamos perante um leitor exigente e com uma inteligência fora do normal, sacando de uma pergunta que nem Sherlock Holmes nos seus melhores dias sacaria. E sim, ele era bom!
Para responder a tão nobre pergunta, vamos explicar a origem de tal ideia peregrina (só lhe falta ir a Fátima a pé para o ser de verdade).
E agora, um momento íntimo, um testemunho de vida onde serão definitivamente esclarecidas todas as perguntas que lhe assombram a mente neste momento.
Passa-se a palavra ao M.*

*O caro M tem rasgos de intelectualidade, pelo que sempre que achar necessário lá estarei eu, P, para traduzir para a gíria portuguesa e sem roçar o calão, todo o seu palavreado caro (ok, por vezes poderá roçar, mas apenas para o leitor se sentir em casa e de Pijama vestido.) Para tal efeito, usarei a cor vermelha.

"Boa Noite. Quero dizer desde já que é a primeira vez que comunico para tantos e tão interessados milhões de pessoas e como tal estou um pouco nervoso. Ok, é o meu primeiro blog, e para a meia dúzia de gatos-pingados que estão a ler este post, as minhas desculpas a qualquer falta de rigor 'bloggistico'... De breve forma tentarei mostrar-vos como esta mágica e virtuosa cruzada começou. (Eu avisei...)
Toda a nossa aventura começou numa gloriosa quinta-feira, datada de 19 de Abril de 2007, na qual eu, depois de um jantar recheado de grandes conversas sobre a actualidade e os maravilhosos momentos que a vida quotidiana nos proporciona (asterisco: jantar com algum álcool onde de certeza estariam a cortar na casaca a alguém, sendo que eu próprio poderia figurar no elenco. A arte de asteriscar vai ser toda explicadinha num post futuro. Prometo.) decidi que a noite não acabaria ali e como tal, fui socializar mais um pouco neste belo mundo que é o nosso... (asterisco: fui beber mais um pouco.) Ignorando o irrelevante facto de como lá cheguei, saí de um estabelecimento comercial bem frequentado (asterisco: cheio de tesudas. Não fiquem chocados, o tesudismo é algo bastante sério e será também ele alvo de profundo estudo num futuro post. Prometo.) situado na bela cidade universitária. A noite tinha sido propícia à descoberta intelectual...sentia-me inspirado, com vontade de continuar, fazer algo de bom. Fazer algo de bom pelo mundo. Não aguentava mais, em grande êxtase, acompanhado por 2 amigas, libertei-me de todo o pudor e gritei-lhes baixinho, com o punho erguido de forma magnificente para o céu estrelado: "Temos de continuar, reviveremos todo o 'insight' da noite..." Encontrarmo-nos-iamos outra vez...
(Sem asteriscos, vou contar o que se passou. O M saiu completamente embriagado do bar, desceu em direcção à praça central desta nossa cidade e do nada, de maneira completamente inesperada, estica a mão para o ar e diz: "PARA A SEMANA, FESTA DO PIJAMA". Ora bem, se ele estava bêbedo não se ia lembrar de tamanho dito, e eu, com o pensamento em ensinamentos de criança, não deixei cair a sua vontade daquele momento em saco roto.
Aqui está ela, em forma de blog, porque sinceramente, não nos queríamos ver um ao outro de Pijama.)